O desperdício das categorias de base

Saudações Celestes!

Um dos erros mais visíveis de nossa equipe é a falta de aproveitamento da base. Entra técnico e sai técnico e nenhum usufrui a categoria para dar chances aos futuros profissionais ou até mesmo como uma "ajuda".

Prova disso é o garoto Fidel Martínez, ex-jogador da base entre 2009 e 2010, e não aproveitado pela comissão técnica. Atualmente está no Deportivo Quito e está se destacando na Copa Santander Libertadores deste ano. Além disso, foi um dos destaques da seleção sub-20 equatoriana.

Primeiramente, vamos dar ênfase ao seu setor: o ataque. O Cruzeiro tem tido carência dessa posição. O ideal seria dar importância a isso juntamente observando suas criações. A base não está ali de estante para mercado apenas. Serve, sobretudo, para uso de sua equipe profissional.

Em entrevista a um jornal equatoriano, o atacante destaca que, diferente de Neymar, sua antiga equipe não aproveitou seu futebol. Afirmou que por esse motivo nem todos os times brasileiros são como Santos, visando essas condições. E na verdade, só falou fatos.

O último jogador celeste que realmente teve uma bela chance, em 2007, foi o atacante Guilherme. De 2009 a 2011, o meia Bernardo teve poucas participações em relação ao tempo de clube, e foi emprestado ao Vasco da Gama com muitos conflitos e chateações. Embora não havia lugar para ele no time mineiro na época, não deixa de ser um exemplo de júnior. Praticamente, no mesmo período o meia Dudu também obteve pouquíssimas chances no time profissional e, dramaticamente, foi vendido para o Dínamo Kiev contra sua vontade. Após isso o jogador escreveu em seu Twitter uma série de reclamações por isso ter acontecido, declarando o desejo de estar no Cruzeiro.

Em seis anos, a equipe celeste aproveitou seriamente de dois jogadores da base e parcialmente da mesma quantidade (incluindo o lateral Diego Renan na primeira citação). Não é possível que no meio de tantos jogadores não haja um digno de ser promovido ao futebol profissional. Se esse é o caso, urgentemente a Diretoria do clube precisa cortar 60% de seus "meninos".

Diego Renan, que está durando até demais, foi um dos piores aproveitamentos do clube. Estreou na equipe profissional em 2008 e não teve muitas chances assim como os demais. Entretanto, devido à utilização de reservas e juniores no início do Brasileirão de 2009, aproveitou sua chance e conquistou seu espaço no futebol profissional do Cruzeiro. Porém, após sua rejeitar a volta à seleção sub-20 para dar exclusividade ao clube celeste, ganhou total confiança de Adilson Batista e coincidentemente seu rendimento vem caindo até hoje. Perante a isso, não o classifico como vantagem no aproveitamento das categorias de base.

Nesse momento, Fidel poderia estar nos ajudando lá na frente. Não estou desmerecendo os nossos atacantes, mas todos sabem a má situação em que grande parte se encontra. Um time sem um bom ataque não vai a lugar algum.  E não digo isso apenas para essa posição, como também para as laterais. Sei que no Brasil estamos em escassez de bons jogadores desse setor, mas literalmente não custa nada verificar a base da equipe.

Infelizmente, o futebol de hoje se chama globalização. É um mercado onde o produto são os jogadores e o vendedor é o Presidente. De uns tempos para cá, o Cruzeiro não tem dado a menor importância para a verdadeira essência desse esporte. Evidentemente sofremos isso na época da dinastia Perrela, e cabe agora ao atual presidente Gilvan Tavares reverter esse quadro.

Fidel Martinez, ex-jogador da base cruzeirense, atualmente no Deportivo Quito