Ordem na casa

Olá Nação Azul.

Não estou aqui hoje para falar dos erros de cada jogador, pois estamos "carecas" de saber. Tudo isso já está estampado e se não estiver leia minhas colunas antigas que estão na página inicial do blog. Hoje vim falar de nossa maior preocupação: a escolha do técnico.

O dia 09 de maio de 2012 decretou definitivamente a demissão de Wagner Mancini, após a derrota que nos desclassificou da Copa do Brasil dentro de casa. Porém, não foi bem assim que aconteceu como todos os torcedores pensavam. Série de conversas e negociações ocorreu sem o conhecimento da maioria e mais uma vez a falta de transparência da diretoria veio à tona.

Como alguns já tomaram discernimento do caso, Mancini fora demitido no dia 02 de maio, no jogo de ida contra o Atlético - PR. Aquela derrota no sul do Brasil já o demitira. E por qual propósito Gilvan Tavares deixou esse técnico assumir o controle da segunda partida mesmo não estando mais no cargo? A resposta mais plausível seria a falta de opção. Consequentemente o presidente colheu o que plantou. Deu "mil e uma chances" para o mesmo e, quando abriu os olhos, já não tinha mais jeito. Estava em cima da hora e, na altura do campeonato, não havia como contratar outro técnico.

Outra questão a ser levantada é: porque em menos de dois anos passaram-se tantos técnicos no Cruzeiro? Zezé Perrela falhou varias vezes. Sua venda disparada de jogadores prejudicou todos nós e inclusive aos técnicos passados. Não vou citar os erros de cada antigo treinador porque ficaria aqui a tarde inteira. Mas venho recordar isso para mostrar que Gilvan Tavares terá a responsabilidade de montar um elenco que seja capaz de lutar até o fim juntos. O presidente terá que ser feliz em sua escolha, para não ocorrer o mesmo que ocorreu no ano passado.

A troca contínua de treinadores prejudica sim o clube e dificulta o entrosamento da equipe. A ligação entre o técnico e seus jogadores passa por um processo não muito longo, por toda via ocupa tempo. Esse tempo é sagrado e deve ser aproveitado da maneira correta. Então se cada treinador passa por esse procedimento, a demissão de vários em um só ano ocuparia um espaço enorme no nosso clube. O que precisamos agora é utilizar o mesmo organizando o elenco, sobretudo, focando na busca de vitórias.

O jogo dramático de quarta feira nos mostrou mais uma vez a falta de entrosamento entre os jogadores, inclusive a desunião. Aquela discussão em campo entre Roger e Wellington Paulista aponta sim um sinal de crise no clube. Uma crise de desespero. Falta de afeto e diálogo dentro do centro de treinamento, ao ponto de "lavar as roupas sujas" no meio de um jogo decisivo. A casa ficou na situação que está agora porque de Mancini.

Um técnico que foi incapaz de organizar os jogadores e os colorarem nos devidos lugares em cada esquema tático. Jogadas não aconteciam, cruzamentos não seguiam e cobranças de escanteio não eram aproveitadas. Agora o que o torcedor celeste quer? O que o nosso time precisa? De um bom técnico.

A meu ver, Sampaoli seria a melhor opção. Um treinador que levantou Universidad del Chile de tal maneira ao ponto de golear Deportivo Quito em casa, mostrando total reação em um jogo onde 3 gols eram necessários para prosseguir na Copa Libertadores. Infelizmente sua vinda será impossível de acordo com as palavras do próprio.

Agora o nome mais cogitado pela torcida é do nosso velho amigo Adilson Batista. Creio que se ele realmente vier para o Cruzeiro, terá que aproveitar essa segunda chance de conquistar títulos nacionais ou quem sabe internacionais com o clube. Sua demissão foi dramática e consequente de uma série de derrotas.

Particularmente, Adilson já deu o que tinha que dar no Cruzeiro. Mas como eu disse, na vida todos nós merecemos uma segunda chance. Ele precisa tanto do Cruzeiro como precisamos dele nesse momento. Será preciso ele abraçar o nosso time como nunca abraçou algum outro na vida.

A nossa casa está em total desordem. Jogadores excelentes estão desmanchando seu futebol, jogadores ignorantes estando onde não deveriam estar, e etc. É por aí a pior. Precisamos de um professor que saiba educar seus alunos, uni-los e conhecê-los ao ponto de saber quando deve ou não colocá-lo em campo.

Todos nós sabemos que o técnico paranaense gosta de fazer times mistos, ter sua própria característica e estar sempre variando. Isso me preocupa, porque nem sempre o que ele montava dava certo. Por esse e outros motivos ele precisa mostrar que é sim um técnico capaz de reverter o péssimo quadro de nosso time.

O treinador que vier terá que sentir o peso de nossa camisa. Ter discernimento de nossa tradição e de nossa grandeza. Precisamos voltar a estaca zero e voltar a ser o Cruzeiro de antes. Não um Cruzeiro de 2003, até porque não temos um elenco tão forte quanto desse ano, mas pelo menos parecido. Um time que busque toda a perfeição e, principalmente, com raça e sabedoria títulos.